ALIMENTOS FUNCIONAIS

Hipócrates há 2500 anos já dizia: “Deixe o alimento ser teu remédio e o remédio ser teu alimento”.

O interesse das pessoas no mundo todo nào mais somente por alimentação, mas por alimentação saudável, vem se transformando intensamente nas últimas décadas.
Antigamente o alimento era visto apenas como forma de sobrevivência, sendo que a qualidade não era prioridade.

Somente após a II Grande Guerra é que aumentou a preocupação pela qualidade dos alimentos. Durante a década de 50 e 60 a indústria de alimentos buscou melhorar sua produção desenvolvendo alguns aditivos e nas décadas posteriores, 70 e 80, a pesquisa intensificou-se principalmente na eliminação de ingredientes  potencialmente prejudiciais à saúde levando ao surgimento, entre outros , dos produtos light e diet. A partir dos anos 90 é que os alimentos passaram a ser vistos como fonte de qualidade de vida, bem-estar e diminuição de riscos de doenças .
E onde entram os alimentos funcionais? O termo alimentos funcionais foi primeiramente introduzido no Japão em meados de 1980 e se refere a alimentos processados que proporcionam  benefícios à saúde, prevenindo e controlando doenças, além de serem nutritivos. Existem vários outros termos sinônimos na literatura que são: nutracêuticos, alimentos médicos, alimentos nutricionais, etc. A portaria nº 398 de 30/04/99 da secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde no Brasil define que ?é alimento funcional todo aquele alimento ou ingrediente que, além de suas funções nutricionais básicas, quando consumido na dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e / ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica.
De acordo com a legislação brasileira, para que um alimento seja considerado funcional é necessário que a empresa que irá comercializá-lo prepare um relatório técnico-científico muito bem elaborado, relatando evidências científicas que comprovem seu benefício à saúde e total segurança para consumo. Segundo o Ministério da Saúde, alimento funcional não pode ser confundido com medicamento e os benefícios à saúde atribuídos a ele deverão ser comprovadas cientificamente o que deverá dificultar a entrada de empresas despreparadas ou não idôneas neste mercado apenas visando lucros.

Quais são os alimentos funcionais?
É importante salientar que tais alimentos podem ser de origem vegeta ou animal, portanto , vamos a eles:

SOJA:
As isoflavonas são compostos encontrados nas grãos da soja e conhecidos também como fitoestrógenos, pois são similares ao hormônio feminino. Podem prevenir e atenuar os desagradáveis sintomas decorrentes da menopausa e diminuir o risco de tumores malignos relacionado a hormônios, como o câncer de mama e útero, além de proteger contra a osteoporose. Pesquisas recentes mostram que podem também auxiliar na redução dos níveis de colesterol.

CRUCÍFERAS (couves, repolho, brócolis):
Contém substâncias chamadas glucosinolatos e evidências epidemiológicas tem apreciado o consumo frequente desses vegetais com a diminuição do risco de câncer como o  de mama.

TOMATE:
A revista Eating Well escolheu o tomate como o vegetal do ano de 1997 devido ao interesse despertado pelo licopeno que é o carotenóide primário encontrado nesta fruta. Evidências científicas mostram possível função na prevenção e controle de câncer de próstata.

ALHO:
É  provavelmente a erva mais amplamente citada na literatura por suas propriedades medicinais. Seu componente ativo mais importante é a alicina cujos benefícios vão desde propriedades antibióticas, anti-hipertensivas, anti-aterogênica e anticancerígena (principalmente câncer de estômago).

LINHAÇA:
Pesquisas atuais tem se concentrado principalmente nos compostos associados e fibras conhecidos como lignanas que poderiam prevenir e controlar alguns tipos de câncer, como o de mama e pulmão.

FRUTAS CÍTRICAS:
São particularmente ricas em limonóides  que tem sido estudadas devido a seu possível efeito preventivo contra vários tipos de câncer.

VINHOS e UVAS:
São ricos em compostos fenólicos e há evidências crescentes de que o vinho particularmente o tinto, pode reduzir o risco de doenças cardiovasculares. É interessante notar que a França tem taxa relativamente baixa de doenças cardiovasculares apesar da dieta rica em gordura.

CHÁ VERDE:
Seus componentes ativos são os polifenois que tem sido investigados por seus efeitos preventivos contra o câncer de mama.

PEIXES:
Principalmente aqueles de água fria são ricos em ácidos graxos do tipo ômega-3. Tem sido estudado seu efeito na prevenção e controle de doenças cardiovasculares, além de estimular o sistema imunológico.

PROBIÓTICOS:
São aqueles que contém microrganismos vivos como, por exemplo, os iogurtes e leites fermentados. As bactérias benéficas do cólom (intestino grosso) são principalmente  bifidobacterium e lactobacílios cuja função é manter equilibrada a flora intestinal,  prevenindo a dionéia e o câncer de cólon. Devemos lembrar ainda que os laticínios são uma ótima fonte de cálcio, nutriente fundamental na prevenção da osteoporose.

PREBIÓTICOS:
Carboidratos fermentáveis que alimentam a flora benéfica do intestino. São encontrados em muitas frutas e vegetais (ex. cebola, alho, alcachofra, etc.) e apresentam propriedades semelhantes aos probióticos.